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Agora que já vimos sobre a importância de saber como os alimentos que ingerimos foram produzidos e as relações destes modelos produtivos com os danos ao ambiente e a saúde, vamos tentar compreender como ocorre o processo seguinte ao de produção, que é o de distribuição do alimento, seguido do consumo dos mesmos pelas pessoas.

  • Agricultores que perdem acesso à terra, às pastagens para o seu gado, ou à água e, por isso, não mais conseguem produzir seus alimentos;

  • Conflitos e guerras que por suas destruições e mortes, desestruturaram famílias, vínculos sociais de tipo familiar, clânico, tribal, ético, que são a base da organização social, da produção, da distribuição e do consumo de alimentos;

  • Remuneração insuficiente dos membros da família encarregados de alimentá-las;

  • Desemprego, sub-emprego, formas instáveis ou temporárias de trabalho interrompem frequentemente a regularidade da alimentação;

 

FOME: UMA QUESTÃO SOCIAL

A fome tem acompanhado a espécie humana ao longo de milênios de sua existência. Um sexto da população do mundo hoje passa fome. Um bilhão de pessoas.

 

A fome é, biologicamente, a ingestão diária insuficiente de nutrientes necessários à vida cotidiana de uma pessoa.

Mas a fome é, sobretudo, uma realidade social, feita de um número variável de causas e situações que conduzem à privação de alimento.

Entre elas podemos citar as seguintes:​​

  • Secas, inundações, terremotos, incêndios, furacões que destroem temporária ou permanentemente e infra-estrutura e as condições na vida da população atingida;

  • Ocupação de terras férteis e outrora destinadas á produção de alimentos por monoculturas destinadas à exportação, como café, cana-de-açúcar, algodão, fumo, soja, o cacau;

  • Crescimento intensivo da população desacompanhado de políticas alimentares correspondentes; a fome é, teoricamente, inevitável.

  • São raros os momentos da historia humana em que a falta de alimentos ameaçou a população de forma absoluta. Na pratica, a fome só pode ser evitada quando forem eliminadas as causas sociais que as geraram:

A desigualdade das condições de vida, de trabalho e de acesso aos bens necessários à vida.

*A eliminação das causas sociais que geram a fome supõe a superação de formas arcaicas de propriedade da terra e dos recursos naturais, de superação de formas políticas que monopolizam o poder  na mão de poucos e, no limite, de todas as formas de desigualdade social;

*O estabelecimento de relações de produção, de distribuição e de consumo em função das necessidades humanas físicas e espirituais dos indivíduos humanos e não com o objetivo de especulação e de lucro.

 

*Há alimentos suficientes no mundo para alimentar todos os habitantes do planeta.

A luta contra a fome é, portanto, antes de mais nada, uma luta social pela igualdade humana, pelo direito de viver, e pelo direito ao acesso à produção e o consumo de alimentos.

Autor: Dinarte Belato

Extraído do livro:  BOFF et al., Alimentos: produção e consumo/Alimentação humana. Ijuí: Ed. Unijui, 2006.

Existem alimentos suficientes para todas as pessoas?

Porque ainda existem pessoas que passam fome?

Vídeo: fome no Brasil.

Vídeo: é possível nutrir um mundo em crescimento?

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